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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

RELATO DE AULA 22 DE AGOSTO DE 2013

Relatório de Aula – Dia 22/08/2013 – Augusto Mondardo Castillo

A aula teve início por volta das 18hs30min no ginásio de alumínio e como de costume iniciamos em círculo, em uma roda fechada, respeitando o mesmo princípio utilizado nas rodas de capoeira. O grupo realizou uma atividade de descontração onde diversos estímulos de toque foram transmitidos sempre ao colega do lado. Inicialmente, pelo professor e logo de maneira livre entre os alunos, cada aluno que recebesse o estímulo deveria repassá-lo ao colega do lado e assim por diante. Em seguida, aproveitando a formação em roda, o aluno Thiago Kahl leu em voz alta a letra da música “O Mundo é Professor” do Mestre Pinóquio, pesquisa da qual havia sido solicitada pelo professor Fábio na aula anterior. Posteriormente a leitura da música, houve uma breve discussão sobre a mesma, onde o professor comentou alguns aspectos históricos e políticos relacionados à Capoeira.

O Mundo é Professor (Mestre Pinóquio)
O Mundo é Professor
O Mundo é Professor
Pra quem não foi na escola
Pra quem não teve instrutor

O negro lutou tanto, para ter o seu valor
No sistema covarde, vil e opressor
No sistema covarde, vil e opressor
Capoeira de outrora, o seu sangue derramou
Enfrentando o sistema, encarando o feitor

Mas nada mudou, escravidão não acabou
Não podendo nos matar, tentar desorganizar
Falsas oportunidades, prá nos fazer calar
Adotando a Capoeira, para nos manipular

CREF e CONFEF, que se ponham em seu lugar
Na roda de Capoeira, deixe quem sabe ensinar
Se vocês não nos ajudam, não venham nos atrapalhar

Diante de tudo isso, eu não posso me calar
É muito desrespeito com a cultura popular
Tem que ter os velhos mestres carteira pra ensinar.

Camará

Quem me vendeu
Iê, quem me vendeu, camará
Iê, quem me compra
Iê, quem me compra, camará
Iê, na falsidade
Iê, na falsidade, camará


Para dar início a parte principal da aula, realizou-se uma atividade de aquecimento onde a turma foi dividida em duplas e cada dupla deveria propor um exercício de alongamento auxiliado, que seria imitado pelos demais colegas. Após o alongamento e com a turma já aquecida, o professor Fábio introduziu novas técnicas defensivas e ofensivas da capoeira, tais como a “negativa de angola”, a bênção, a bicuda e o martelo. A partir da movimentação da ginga, cada aluno praticou as técnicas de maneira repetida e individual em formação de roda. 


O professor observou cada aluno e fez as devidas correções, levando em conta posicionamento da guarda, postura e velocidade dos movimentos. Juntamente com a correta execução da técnica, também foi reforçado pelo professor o princípio do olhar sempre no adversário/oponente. Nunca perdê-lo do campo de visão para não ser surpreendido. Isso que foi praticado na atividade seguinte, com a turma dividida em duplas, onde frente-a-frente os componentes deveriam alternar manobras de ataque e esquiva.


Todas as técnicas foram ainda mais reforçadas com a realização de movimentos combinados propostos pelo professor Fábio, que deveriam ser imitados pela turma a partir da movimentação de gingado.

No final desta etapa realizou-se uma atividade bem próxima da realidade do jogo, onde os alunos em pares deveriam gingar frente-a-frente, realizar as técnicas aprendidas até então e tentar atingir pontos vulneráveis na guarda do adversário: no meio (barriga), em cima (cabeça) e embaixo (pés). Assim como nas atividades anteriores, a duplas foram sendo trocadas. 

Na etapa final foram realizados exercícios básicos de acrobacias. Primeiramente os alunos se movimentaram de um lado para o outro da sala executando pequenas tentativas de se manter por alguns segundos em parada de mão. Logo em seguida, respeitando a mesma dinâmica, os alunos deveriam tentar executar o movimento da estrela (Aú simples), primeiro individualmente e logo em duplas e frente-a-frente. Por fim, ainda em duplas, foi praticado o movimento da cabeçada.


A aula foi fisicamente intensa e como principais pontos de avaliação, foi colocada a influência do posicionamento dos braços para manutenção do equilíbrio durante os golpes, como fator interferente no aprendizado. Além disso, foi comentada a proximidade com a realidade do jogo, vivenciada em uma das atividades, bem como a dificuldade de lidar com a posição de ponta cabeça durante a realização do “Aú simples”, fato que, de acordo com o professor, se aplica também a uma ideia básica da capoeira, para a qual o sujeito pode visualizar o mundo de uma maneira distinta, em outras perspectivas, como de "ponta cabeça".  

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