RELATO DAS AULAS
DE CAPOEIRA DA SETIMA SEMANA.
Por Júlia
A aula do dia
17/04 consistiu na recuperação da aula anterior, a técnica principal da
meia-lua solta e outros movimentos. Relembrando que a meia-lua de compasso é
realizada com as duas mãos, a meia-lua solta realizada com uma das mãos e
também a meia-lua solta realizada sem mãos, com o tronco mais elevado.
1° momento:
círculo de conversa
Foram feitos comentários sobre o
documentário "O povo Brasileiro", onde pontos da cultura indígena foram
levantados, como por exemplo, quando o guerreiro derrotado se transforma em alimento
num ritual. Abordamos o choque civilizatório entre a cultura europeia, recém
chegada, e a nativa, com hábitos bastante peculiares. Logo, o professor fez um
relato sobre sua viagem ao Uruguai, destacando na sua cultura o Candombe, que
não é a mesma coisa que o candomblé brasileiro, a não ser pela mesma origem: a
cultura dos escravos negros que se desenvolveu sob a chibatas, os castigos e a
escravidão no continente americano. Um virou religião, o outro, música. O candombe
é o ritmo popular por excelência do
Carnaval afro-uruguaio, paixão que lembra o samba e que ocupa as ruas e os
teatros da capital. As "Llamadas" reproduzem e recordam um ritual
herdado da escravidão negra, quando os cativos, na falta de outras possibilidades
mais diretas de comunicação, chamavam e alertavam seus companheiros com o toque
dos tambores. Se para sambar bem o segredo está em conseguir coordenar, com
graça, naturalidade e ritmo, o gingado dos quadris e o movimento de pernas e
pés, no candombe a ordem é manter cintura e pés em segundo plano, enquanto os
braços ganham destaque, alternando-se suave. Logo após, fizemos um Comentário
sobre a 2° momento da aula: aquecimento e alongamento: Atividade do carangueijo, que pode ser utilizada nas escolas. Acontece com
o aluno em quatro apoios, decúbito dorsal, em movimento pelo ginásio, faz um
comprimento com o toque dos pés com outro colega. Em decúbito ventral, quatro
apoios e fazem um comprimento com a cabeça. Em decúbito dorsal, quatro apois,
fazem comprimento com toque das mãos com o colega. Realizamos um Alongamento
geral e uma Atividade (brincadeiora de pagar dos escravos), que consiste em um
pega-pega, onde quem é pego se agaixa com as mãos na cabeça, e para ser salvo,
um colega deve passar a pena por cima do colega agaixado e girtar Zumbi. Muda
os pegadores, e agora ao ser pego fica em pé com as pernas afastadas e para ser
salvo, um colega deve passar por baixo das pernas e gritar Princesa Isabel. Troca
os pegadores, e agora os escravos pegos vão formando uma corrente até todos
serem pegos. OBS: grande empolgação dos
alunos nessa atividade dos escravos, principalmente por envolver traços da
origem da Capoeira. 3° momento:treinamento
e aperfeiçoação: Todos gingam, e o professor realiza um golpe e todos devem
esquivar para o lado correto e de maneira certa. Em duplas gingam e trocam
golpes, treinando a esquiva (é um movimento
de defesa na capoeira. Seu objetivo é evitar um golpe sem tocar no
oponente). OBS: Momento de compartilhamento de experiência e aprendizado. Em
seguida, em duplas, relembram a sequência dada na aula anterior. Um da dupla realiza uma meia- lua (golpe
giratório, se executa erguendo-se o pé, empurrando-o para fora e puxando para
dentro em forma de uma meia-lua. Quando chega à frente da outra perna
encolhe-se), e o outro esquiva e faz um AU (movimento de locomoção do
capoeirista na roda, que permite aproximar-se ou afastar-se do oponente,
armando ataques e executando defesas). O primeiro faz outro meia- lua e o colega
realiza uma negativa e esquiva com rolê (movimento de defesa utilizado na capoeira, onde com uma das mãos se
proteje o rosto e a outra vai ao chão, com uma perna esticada para a frente e a
outra dobrada é o apoio do corpo. O rolê é uma volta de
180° que se dá com os pés e as mãos no chão. Essa movimentação serve para se
defender de um golpe, escapar do adversário e voltar para a ginga). Depois
inverte. O Professor para aula e mostra
a meia-lua novamente, a meia-lua solta (com o tronco mais elevado), e todos
praticam. Em duplas, um realiza meia-lua solta e o outro esquiva. Depois inverte. OBS: a meia-lua realizada individualmente foi
feita com mais facilidade, e em dupla foi feita com maior dificuldade. Outra
sequência: Em duplas, um faz meia-lua e o outro esquiva e sai e AU, intercalam.
Depois um faz meia-lua solta e entra com uma cabeçada (usado para
desequilibrar ou contundir o adversário, atingindo-o no peito, na barriga ou na
face. Através da ginga ou
diretamente de uma esquiva, o capoeirista lança sua cabeça pra frente contra o
adversário. Geralmente esse tipo de movimento é usado como contra-golpe, mas às
vezes se usa de uma forma amigável após o término do jogo entre dois
capoeiristas) quando o outro está
esquivando em AU, intercalam e depois trocam de duplas. Por foim, foi realizado
o "Jogo solto", em duplas, onde se usa todo o repertório aprendido, com
mistura de movimentos. Tentando “marcar pontos” fazendo uma rasteira (consiste em apoiar as mãos no chão e rodar a perna, num ângulo de 180º, ate que se
encaixe por trás do pé do adversário e então o arrasta pra si com o objetivo de
derrubar o adversário) ou um martelo (se executa erguendo-se a perna ao mesmo tempo que o corpo é
deixado de lado, batendo com a parte de cima do pé). OBS: diferentes tipos de esquiva (esquiva
lateral, esquiva alta, esquiva com role), mudando em cada dupla. Jogo com mais divertimento e troca de
ensinamentos. 4° momento: volta calma e
círculo de conversa: caminhada pelo ginásio, ao parar cada um tenta
acompanhar sua frequência cardíaca (realizar
a contagem é acompanhá-la por 30 segundos e multiplicar o resultado por 2). Um trabalho de respiração durante o alongamento final. Nova conversa sobre o
tango, cambombe, samba, e suas proximidades com a Capoeira. Comentário sobre os
aspectos culturais da Capoeira, sua proximidade com o samba dos Anos 60.
Aula do dia 19/04 constitui-se em uma roda de Capoeira e uma
prévia da Avalição da próxima aula. Como também, uma aula de troca de
aprendizagem. 1° momento: círculo de
conversa: Aviso da avaliação do meio do semestre, que vai ocorrer dia 26/04
e serão observados a localização na roda, os fundamentos e o aprendizado com os
instrumentos. Nesta roda de Capoeira recebemos o Marcos (aluno capoeirista do
grupo Abadá e com problema na perna esquerda devido a um acidente de moto) como
convidado para participar da roda. 2°
momento: aquecimento e alongamento: O
Aquecimento foi passado pelo Cauê, um pega-congela, onde para ser salvo, o
colega deveria passar por baixo das pernas de quem estava pego. Alongamento
geral. Em duplas fazem um jogo livre, troca de duplas. (Momento de aprendizagem
um com outro) 3° momento: roda de
capoeira: Todos cantam, todos lutam
pelo menos uma vez, e tocam um pouco de cada instrumento (berimbau, pandeiro,
reco- reco). Compartilhamento de saberes do jogo, contanste simulação de
ataques e defesas. Uma roda, como manda a tradição, deve ser regida pelo som de
três berimbaus. Um com som amis grave – o berra-boi, um com som intermediário –
o médio, e um com som mais agudo – o viola. Além de ditar o ritmo e o estilo de jogo, o
berimbau também determina o ritmo das músicas da capoeira, que são
classificadas em ladainhas, chulas ou quadras e corridos. 1° jogo de
conhecimento, aquecimento. 2° chamada de angola; 3° compra de jogo; Inicia a
roda com uma ladainha (ritmo mais calmo), do meio para frente recebe um embalo
(com ritmo mais acelaro). 4° momento:
círculo de conversa: todos expõem sua experiência na roda, pontos de
aprendizagem, facilidades e dificuldades.
Um relato de aula deste e nenhum comentário... Pessoal, aproveitem para debater, refletir, perguntar, tirar duvidas, enfim ajudar a construir a memória do nosso curso de capoeira. abraço Bagé.
ResponderExcluir