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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

QUINTA SEMANA DE AULA


QUINTA SEMANA DE AULA DE CAPOEIRA

Por: Douglas Nunes da Silva

        A aula do dia 9 de outubro de 2012 foi uma aula prática em sua essência, dividiu-se em três partes, aquecimento, revisão prática e conteúdo prático novo (rolê e introdução às acrobacias). Como de costume na primeira parte da aula fizemos o aquecimento jogando em duplas, entretanto, desta vez uma parte do grupo ficou com os instrumentos para tocar como uma forma incentivo a musicalidade e também de se habituar aos toques de roda, dando continuidade ao desenvolvimento musical voltado a capoeira iniciado na quinta semana. Vale lembrar que após o primeiro grupo que estava jogando se aqueceu os papeis se inverteram, quem tocava entra no jogo e quem estava no jogo agora da o ritmo musical. Ainda seguindo a metodologia do aquecimento começamos a segunda parte da aula, uma revisão prática de ginga, esquivas (de angola, baixa, media e alta, além da esquiva de fuga) conduzida pelo monitor Eduardo, ao som do toque de capoeira dos nossos colegas. Em duplas, colocamos em prática a esquiva de fuga, um da dupla desferia uma queixada o que forçava o oponente a esquivar e então contra-golpear com outra queixada forçando o autor do primeiro golpe também esquivar-se com a esquiva de fuga. Ainda na segunda parte da aula aprendemos o rolê (um movimento próximo ao chão que funciona como ligação para um contragolpe, esquiva ou até a retomada da ginga), esta negaça inicia com um movimento de esquiva média, onde com uma das mãos se protege a lateral do corpo e a cabeça e a outra vai ao solo, com uma perna estendida lateralmente e a outra é flexionada servindo de base para corpo, faz uma rotação externa de 180° ficando em quatro apoios pronto para levantar ficando lateralmente de pé e conseqüentemente retomando a ginga sem nunca perder o contato visual com o adversário. Essa movimentação serve para se defender de um golpe, escapar do adversário e voltar para a ginga, então em duplas praticamos o rolê. Um aplicava a meia lua para incentivar o oponente a executar a esquiva e o rolê, retornando a ginga. Na terceira parte da aula foi essencialmente acrobática, na primeira atividade tivemos que praticar a parada de mão com locomoção para à frente atravessando a sala, e posteriormente voltar novamente em parada de mão, entretanto, de para trás o que surpreendentemente pareceu mais simples para o grupo. A segunda atividade foi um Aú com uma parada de mão atravessar a sala e na volta outro Aú, todavia, com uma única mão, esta acrobacia mais tarde serviria como alicerce para aprendermos o golpe canivete que é muito característico da Capoeira. Em dupla a última atividade foi exatamente habituarmos com o golpe canivete, um da dupla segura à mão do outro servindo equilíbrio para a execução do movimento que tem uma grande amplitude angular dos membros inferiores no ápice da execução, a intenção é aproximar o máximo possível o pé das costas do companheiro de atividade durante esta abertura. Para finalizar a aula fizemos o nosso costumeiro circulo para debater de forma breve a aula, em pauta deste debate foi a inserção da musicalidade, postagens e comentários dos alunos no blog.
CANIVETE.



 A aula do dia 11 de outubro de 2012 foi dividida em duas partes, uma expositiva no qual tivemos uma oportunidade de ver e tocar em uma variedade maior de instrumentos e peças de influência na capoeira e outra prática envolvendo todos os fundamentos da luta. Na primeira parte da aula o professor expôs parte de seu "arsenal" de instrumentos e material relacionado a musicalidade da capoeira, e falou sobre cada instrumento, composição e produção de um berimbau e outros objetos relacionados, vale lembrar que durante a explicação podemos manusear os objetos o quais estavam sendo debatidos. Alguns dos objetos expostos foram, Verga: "O pedaço de pau" do berimbau, é retirado da Biriba o qual existem muitas indicações sobre colheita, escolha como produzir forma de descascar e prevenções do uso e produção, duas informações indispensáveis é que o berimbau leva um couro na ponta para que o arame nunca toque a madeira dando qualidade ao som e outra é que após a colheita leva-se 15 dias para começar o processo de fabricação durante este período ela fica guardada para secar. Cabaça: é um fruto da planta rasteira Jamuru, é usada para fazer diversas coisas como utensílios ou moringas, no berimbau é usada como amplificador de som ou caixa de ressonância, sua produção simples basta esperar secar tirar suas sementes cortar e lixar, se for o caso envernizar como é muito comum. Caxixi: Uma espécie de chocalho feito de palha trançada, dentro tem algumas coisas denominadas pelo professor como "macumbas e mandingas" são peçinhas e pedrinhas muito comum na produção de colares (que também são produzidos e foram expostos na aula). Na exposição também falou-se do Arame que pode ser retirado de um pneu de carro, Vaqueta instrumento responsável pelo toque no arame (pedaço de bambu) e também da Pedra ou Dobrão que pode ser uma pedra catada ou um pedaço de metal forjado. Uma curiosidade que merece destaque foi um cordão trançado no qual o professor explicou que ele é amarrado na cintura e as cores denominam a hierarquia em que o capoeirista se encontra. Para finalizar a primeira parte da aula o professor leu um pouco da entrevista do mestre Bimba, onde falou um pouco da sua vida, origem do apelido devido a uma aposta, a criação da capoeira regional, a capoeira hoje em dia e suas influencias, o descaso do governo baiano para com ele e sua luta até sua saída da terra natal para Goiânia. A segunda parte foi prática, novamente como processo de aprendizagem e inserção da musicalidade de roda de capoeira jogamos ao som de dois pandeiros e um berimbau tocados por nossos colegas, sobre os movimentos aprendemos a importância da negaça durante a ginga que tem como princípio ludibriar o adversário e assim o golpear. Então, em duplas, colocamos em prática a negaça no jogo em uma seqüência de movimentos consistia em durante a ginga fazer o movimento e enganar o adversário para depois golpeamos com uma meia lua forçando o oponente a esquivar-se e contra-golpear com uma meia lua de compasso, obrigando o autor do primeiro golpe esquivar-se e finalizar a seqüência com uma rasteira. A segunda atividade em dupla foi somente para aprimorar uma parte da seqüência de movimentos do primeiro exercício, um aplicava a meia lua de compasso então o seu oponente esquiva (media) e encaixa uma rasteira como contra-golpe derrubando seu adversário. Depois de fixado voltamos ao primeiro exercício da ginga com negaça e a seqüência assim foi aprimorada. A ultima atividade do dia foi acrobacias em suma um minuto tentando parada de mão, depois parada de mão em três apoios. Finalizando o dia fizemos nosso costumeiro círculo no termino da aula prática, o professor revisou um pouco sobre os instrumentos e também falou sobre da relação com eles, essa relação pode se trazer para nossa vida, pois segundo ele (professor Bagé) "se somos descuidados com nossos instrumentos provavelmente seremos também descuidados na vida com pais, família, estudos, namorado(a), estudo, formação, carro e etc"... O seja, ser cuidadoso é uma qualidade que pode ser aprendida e incorporada na forma de habitus (Pierre Bourdieu).
 



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