QUARTA SEMANA DE AULA
POR: EDUARDO DE
MEDEIROS S. JUNIOR
No dia 2 de outubro
iniciamos a aula em um circulo e o professor Fábio falou sobre o terceiro
capitulo do livro “capoeira angola”, onde ele explicou a relação histórica
entre capoeira e candomblé (culto religioso
afro-brasileira). Apresentou as principais características que aproximam a
capoeira angola do candomblé e a capoeira regional da umbanda. Isso porque a
umbanda surge da união de adeptos do kardecismo, do catolicismo e do candomblé.
Da mesma forma a capoeira regional uniu elementos da capoeira angola e de outras
lutas como o batuque e artes marciais. (AREIAS, 1983; FRIGERIO, 1989) Foi dito
também que o candomblé trabalha com a ideia de incorporação e a umbanda excorporação.
Acredita-se que as entidades da umbanda são reencarnações de espíritos que já
viveram na terra como seres humanos. Portanto, o corpo humano é como um cavalo,
que em posse dos espíritos são utilizados para se manifestarem terrenamente. Já
no Candomblé, as entidades são consideradas divindades da natureza, nunca
encarnadas na terra como seres humanos. Portanto, estão presentes em todos os
humanos, as vezes mais de um por "cabeça" e manifestam-se excorporando,
quando em dada situação são convocados. Importante, destacar que esta relação
entre religião e capoeira precisa ainda ser melhor estudada e tanto uma como
outra apresenta uma heterogeneidade de manifestações que torna muito difícil a
comparação entre estas duas manifestações culturais afro-brasileiras. Por fim, relembramos
os 5 fundamentos da capoeira: Ginga, esquiva, golpes, negaças e
acrobacias. A aula seguiu com algumas demonstrações do fundamento
acrobacia: o macaquinho, gato e amazonas. A segunda parte da aula foi uma
visita ao Clube Corinthians do Pantanal
para observar e participar de uma aula de capoeira em loco, ministrada pelo
Mestre Korvão. Chegando lá, já estava acontecendo a aula, os alunos estavam treinando
fundamentos entre si. Quando o Mestre nos viu, interrompeu a aula e reiniciou
um aquecimento, dando corridas pela sala enquanto todos os alunos o seguiam.
Depois, realizamos aula espelho, onde imitamos os movimentos que ele demonstrava.
Ele passou a armada e esquiva; armada e aú indo e voltando; meia-lua e esquiva; armada com aú. Fomos todos para um lado da sala e lá ele mostrou o
movimento chamado macaquinho e também
negativa seguido com aú de cabeça. Depois do aquecimento, fomos
todos para a rua principal do pantanal na frente de uma nova loja e demos início
a uma roda de capoeira com uma ladainha do mestre Korvão que estava com o
berimbau, alguns de nós jogou com o mestre e também com seus alunos. O
professor jogou e alguns dos nossos colegas tocaram na bateria da roda. Depois
da roda jogamos na calçada, todos com todos. Ao som do berimbau e do pandeiro,
os alunos formaram duplas na calçada e fizeram alguns jogos entre si. A aula
acabou assim.
Iniciamos a aula de quinta-feira
4 de outubro de 2012 em uma roda bem unida, depois fizemos uma atividade de
respiração, onde poderíamos nos concentrar mais na aula que viria a seguir,
inspirávamos e expirávamos durante as transições segurávamos a respiração de 4
a 5 segundos, de acordo com o tempo se aumentava a velocidade. Segundo o
professor Fábio, isso é uma técnica da Yoga, que se faz quando está deitado e
que ajuda no controle da respiração, mas também auxilia no alongamento, além de
possibilitar o relaxamento do corpo. O professor falou que utiliza-se destas
dinâmicas no começo da aula para colocar os alunos no clima de aprendizagem da
capoeira e da sua aula. Posteriormente, falamos sobre o Blog (http://capufsc12-2.blogspot.com.br/)
e
que para comentar nele é necessário ter uma conta do Google; e se você entrar
para ver sobre o semestre passado poderá ter acesso aos vídeos e relatórios do
mesmo. Nesta aula tivemos a iniciação ao conteúdo Musica e Instrumentos de
Capoeira. Durante a conversa o professor nos perguntou se tínhamos vivido
alguma experiência com instrumentos musicais, a maioria não, mas alguns colegas
sabiam tocar violão, pandeiro, cavaquinho entre outros instrumentos, em um
total de 5 pessoas, sendo 2 estrangeiros, entre eles, 1 já havia tocado baixo
quando menor, e a outra foi cantora mais parou pois a rotina era muito pesada.
Foi falado os toques principais da capoeira. São 3 principais os que o
professor quer que aprendamos: Angola (tchi-tchi-tom-tim), São bento pequeno (tchi-tchi-tim-tom)
e São bento grande (tchi-tchi-tim-tom-tom) além de 1 toque de pandeiro,
réco-réco (pode ser de ferro ou de coco), agogô e atabaque, além das viradas.
Explicou novamente sobre a ordem das musicas na roda, inicia com uma ladainha,
seguida da louvação e então os corridos e as chulas (que são ladainhas sem
louvação), para entendermos o que era a chula o professor cantou uma. Então
fomos apresentados ao berimbau, com uma musica que explica as partes dele, ”o
que é o berimbau? A cabaça o arame e um
pedaço de pau”, filmaram os estrangeiros cantando a musica, e para aprender
como se tocar o instrumento fizemos o som do berimbau com o boca, logo após o
professor explicou como eram os principais toque, aberto (arame solto[tom]), chiado
(arame levemente encostado no dobrão[tchi]) e preso (empurra o arame para
frente[tim]). Falou também de como arcar um berimbau e da importância que ele
tem para os capoeiristas, sua misticidade e a origem, que veio dos índios ao
lançar uma flecha percebiam que saia som então colocou uma cabaça e tocavam,
não se tem ao certo a origem do instrumento, e é ele que comanda a roda de
capoeira de diversas maneiras. Por fim, todos tocamos os instrumentos,
descobrimos a ordem deles na roda (3 berimbaus (Gunga, Viola e Violinha, o que
diferencia é o som - grave ou agudo - que pode ter a ver com o tamanho do coco),
2 pandeiros ,1 agogô, 1 reco-reco e o atabaque) e demos inicio a uma roda com
jogos e musicas. Durante a roda todos tiveram ao menos uma experiência na
bateria enquanto os outros jogavam, gostei muito de ver como o pessoal evolui
rápido já que a maioria nunca teve contato com estes instrumentos, me
surpreendi bastante e acredito que logo estarão tocando sem nenhum tipo de
ajuda.
A
Lenda do Berimbau:
Uma
menina saiu a passeio. Ao atravessar um córrego abaixou-se e tomou a água no
côncavo das mãos. No momento em que, sofregamente, saciava a sede, um homem
deu-lhe uma forte pancada na nuca. Ao morrer, transformou-se imediatamente num
arco musical: seu corpo se converteu no madeiro, seus membros na corda, sua
cabeça na caixa de ressonância e seu espírito na música dolene e sentimental. (Conto
existente no leste e no norte africano), (Texto retirado da
Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia) nº 80 de 1956.
Origem: A introdução deste instrumento no
Brasil foi feita com a chegada dos negros Bantos, mais precisamente pelos
Angolanos, cuja a cultura é uma das mais antigas de África.
No entanto, vale a pena salientar que, apesar do Arco Musical ter chegado ao Brasil por intermédio dos negros africanos, isto não implica que tenha sido criado por estes. Emília Biancarde, na obra Raízes Musicais da Bahia, diz acreditar-se que o arco musical já estava em uso há 15.000 anos antes de Cristo, porquanto aparece em pinturas rupestres da época, como a que foi encontrada na caverna Les Trois Frèmes, no sudeste da França. Albano Marinho de Oliveira, em pesquisa publicada na revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia de 1956, diz que, de entre os instrumentos de corda conhecidos no mundo, os mais antigos são a harpa, o Alaúde e a Cítara. Estes Instrumentos existem há cerca de 4.000 anos antes de Cristo e foram encontradas gravuras em pinturas e relevos do antigo Egipto. Todos estes três instrumentos retratados, tiveram a sua origem num arco musical, que tinha como característica, uma corda fixada nas suas extremidades e tendo como amplificador de som, uma caixa de ressonância, podendo até mesmo ser um buraco no chão. O arco musical foi, com toda a certeza, o ponto de origem da Harpa, opinião dominante entre os musicólogos. Hugo Riemann, na sua obra História La Música – 1930, diz acreditar que o som produzido pelo arco de caçador ao disparar a flecha foi, sem dúvida, segundo a lenda, a causa da invenção do arco musical. Teoria esta, contestada por Curt Sachs, na obra História Universal de Los Instrumentos Musicales. De qualquer forma, torna-se impossível fixar o ponto e época exata do seu aparecimento, pois a extensão geográfica da sua expansão dificulta certezas. Curt Sachs, anota a sua existência no México, na Califórnia, na Rodésia, no Norte e no Este Africanos, na ilha de Pentecostes, e na Índia; Carlos Vega, entre Índios da parte mais meridional da América do Sul e Ortiz, na ilha de Cuba. Albano de Oliveira resume que: “dos instrumentos de corda primitivos, a harpa provém de um arco, semelhante ao de caçador. E como referências antigas dão como a arpa originária do Egito, lítcito é se adimitir que o arco musical dalí partiu, espalhando-se a princípio pelo Oriente Próximo, Sul da Índia, onde Curt Sachs acredita existir a forma mais primitiva do arco musical, Indostão, Oceania, Continente Africano e somente nos tempos modernos, Europa e América.”
No entanto, vale a pena salientar que, apesar do Arco Musical ter chegado ao Brasil por intermédio dos negros africanos, isto não implica que tenha sido criado por estes. Emília Biancarde, na obra Raízes Musicais da Bahia, diz acreditar-se que o arco musical já estava em uso há 15.000 anos antes de Cristo, porquanto aparece em pinturas rupestres da época, como a que foi encontrada na caverna Les Trois Frèmes, no sudeste da França. Albano Marinho de Oliveira, em pesquisa publicada na revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia de 1956, diz que, de entre os instrumentos de corda conhecidos no mundo, os mais antigos são a harpa, o Alaúde e a Cítara. Estes Instrumentos existem há cerca de 4.000 anos antes de Cristo e foram encontradas gravuras em pinturas e relevos do antigo Egipto. Todos estes três instrumentos retratados, tiveram a sua origem num arco musical, que tinha como característica, uma corda fixada nas suas extremidades e tendo como amplificador de som, uma caixa de ressonância, podendo até mesmo ser um buraco no chão. O arco musical foi, com toda a certeza, o ponto de origem da Harpa, opinião dominante entre os musicólogos. Hugo Riemann, na sua obra História La Música – 1930, diz acreditar que o som produzido pelo arco de caçador ao disparar a flecha foi, sem dúvida, segundo a lenda, a causa da invenção do arco musical. Teoria esta, contestada por Curt Sachs, na obra História Universal de Los Instrumentos Musicales. De qualquer forma, torna-se impossível fixar o ponto e época exata do seu aparecimento, pois a extensão geográfica da sua expansão dificulta certezas. Curt Sachs, anota a sua existência no México, na Califórnia, na Rodésia, no Norte e no Este Africanos, na ilha de Pentecostes, e na Índia; Carlos Vega, entre Índios da parte mais meridional da América do Sul e Ortiz, na ilha de Cuba. Albano de Oliveira resume que: “dos instrumentos de corda primitivos, a harpa provém de um arco, semelhante ao de caçador. E como referências antigas dão como a arpa originária do Egito, lítcito é se adimitir que o arco musical dalí partiu, espalhando-se a princípio pelo Oriente Próximo, Sul da Índia, onde Curt Sachs acredita existir a forma mais primitiva do arco musical, Indostão, Oceania, Continente Africano e somente nos tempos modernos, Europa e América.”
O
Nome: Hoje em dia não nos
é possível definir com exatidão a origem do vocábulo Berimbau, nem tão pouco
sabermos quando este arco musical perdeu o nome de origem e herdou o termo
conhecido atualmente. A ideia mais aceita, é a de que o nome Berimbau venha do
termo vindo do quibundo m`birimbau, existem ainda os que defendam sua origem
vinda do termo Balimbano, de origem mandinga, ambos os termos estão registados
no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado. De outra
forma, acredita-se que seja um termo vindo da palavra de origem Ibérica Birimbau,
que, no Dicionário da Real Academia Espanhola, é definido como sendo um pequeno
instrumento, composto de arame ou madeira, com uma lâmina fina fixa ao meio. Segundo
Albano de Oliveira, em pesquisa na obra “Viagem Pitoresca e Histórica do
Brasil” de Jean Baptiste Debret, artista Francês que morou no Brasil de 1816
até 1831, o nome de origem do nosso conhecido arco musical, o berimbau, era
Urucungo, termo angolano, comprovando assim a origem angolana do instrumento. De
outra forma, encontramos vários outros termos que definem o berimbau de
barriga, são estes Uricundo, Urucungo (este último também registrado por Edson
Carneiro, como já referido, sendo de origem Angolana), Orucungo, Oricungo,
Lucungo, Gobo, Rucungo (registrados por Arthur Ramos), Bucumba, Macungo,
Matungo e Rucumbo, bem como outros termos ainda não conhecidos.
O
emprego do Arco Musical: Segundo
a ordem cronológica da história dos instrumentos, os de percussão surgiram
primeiro, sendo utilizados pelos povos guerreiros, seguidos dos de cordas e
posteriormente, os de sopro. O arco musical teria nascido no Egipto, ou segundo
Curt Sachs, no sul da Índia, em épocas muito remotas, e atravessou tempo e
fronteiras, sendo conhecido em todos os continentes. O seu uso deveria ser
apenas para a satisfação humana nas horas de lazer, ou ainda para manifestações
religiosas, pois segundo consta, toda a história da música, está retratada em
registros e documentos religiosos, como as gravuras tumulares egípcias, onde os
instrumentos aparecem como forma de reverência aos Deuses, ao que o arco
musical não seria exceção. Provando isso, Curt Sachs, em pesquisa sobre o arco
musical, encontrou povos em ainda estágios primitivos de civilização, no qual o
arco musical está ligado a religião, misticismo ou lenda, como, por exemplo, a
dos povos do Norte e Este Africano, que narram a história da menina que bebia
água num córrego, retratada no início desta pesquisa. Povos do México, como os
Covas, utilizam um arco musical com uma caixa de ressonância separada. Esta
caixa é na verdade o símbolo da deusa da Lua e da Terra, e entre algumas tribos
deste mesmo povo, só as mulheres podem tocá-lo. Na Rodésia, o arco musical é
tocado na iniciação das meninas. Já os Washam Balás, do Leste Africano,
acreditam que o homem não poderá casar se, quando estiver fabricando o
instrumento, se partir a corda, pois trata-se de um instrumento sagrado. O emprego do arco musical com característica religiosa, tende a diminuir entre
os povos com níveis diferentes de cultura, é o que acredita Albano de Oliveira.
No Tongo, o arco musical é tocado pelos velhos anciãos nativos apenas como
forma de recordarem os tempos áureos da juventude. É o que faziam, segundo
relato de Alfredo Brandão, quando os negros de alagoas, tocados pelos
sentimentos de saudade e tristeza, aproveitavam a calada da noite nas senzalas
para tocarem o berimbau. No Brasil, o berimbau não esteve, nem está ligado, a religiosidade, no entanto,
sabemos do emprego do mesmo em missas, ou momentos que relembrem velhos
mestres, sendo esta uma prática particular dos capoeiristas. Na Bahia, durante
as festas de largos em dias santificados, era costume aparecerem tocadores de
berimbaus. (acessado na http://capoeiraaltoastral.wordpress.com/sobre-capoeira/o-berimbau/
em 14 de 0utubro de 2012)
Adorei a aula no clube do Corinthians! Foi incrível ver o quanto a capoeira significa para àquelas crianças e o quanto elas gostam de praticá-la. Além disso fazer a roda de capoeira ali na calçada e terminá-la com todos jogando em duplas foi muito divertido e empolgante. Fiquei impressionada com a habilidade do mestre Korvão, já que nunca havia parado para ver uma roda de capoeira com atenção.
ResponderExcluirEssas aulas acabaram????
ResponderExcluir