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domingo, 14 de outubro de 2012

QUARTA SEMANA DE AULA





QUARTA SEMANA DE AULA

POR: EDUARDO DE MEDEIROS S. JUNIOR

No dia 2 de outubro iniciamos a aula em um circulo e o professor Fábio falou sobre o terceiro capitulo do livro “capoeira angola”, onde ele explicou a relação histórica entre capoeira e candomblé (culto religioso afro-brasileira). Apresentou as principais características que aproximam a capoeira angola do candomblé e a capoeira regional da umbanda. Isso porque a umbanda surge da união de adeptos do kardecismo, do catolicismo e do candomblé. Da mesma forma a capoeira regional uniu elementos da capoeira angola e de outras lutas como o batuque e artes marciais. (AREIAS, 1983; FRIGERIO, 1989) Foi dito também que o candomblé trabalha com a ideia de incorporação e a umbanda excorporação. Acredita-se que as entidades da umbanda são reencarnações de espíritos que já viveram na terra como seres humanos. Portanto, o corpo humano é como um cavalo, que em posse dos espíritos são utilizados para se manifestarem terrenamente. Já no Candomblé, as entidades são consideradas divindades da natureza, nunca encarnadas na terra como seres humanos. Portanto, estão presentes em todos os humanos, as vezes mais de um por "cabeça" e manifestam-se excorporando, quando em dada situação são convocados. Importante, destacar que esta relação entre religião e capoeira precisa ainda ser melhor estudada e tanto uma como outra apresenta uma heterogeneidade de manifestações que torna muito difícil a comparação entre estas duas manifestações culturais afro-brasileiras. Por fim, relembramos os 5 fundamentos da capoeira: Ginga, esquiva, golpes, negaças e acrobacias. A aula seguiu com algumas demonstrações do fundamento acrobacia: o macaquinho, gato e amazonas. A segunda parte da aula foi uma visita ao Clube  Corinthians do Pantanal para observar e participar de uma aula de capoeira em loco, ministrada pelo Mestre Korvão. Chegando lá, já estava acontecendo a aula, os alunos estavam treinando fundamentos entre si. Quando o Mestre nos viu, interrompeu a aula e reiniciou um aquecimento, dando corridas pela sala enquanto todos os alunos o seguiam. Depois, realizamos aula espelho, onde imitamos os movimentos que ele demonstrava. Ele passou a armada e esquiva; armada e aú indo e voltando; meia-lua e esquiva; armada com aú. Fomos todos para um lado da sala e lá ele mostrou o movimento chamado macaquinho e também negativa seguido com aú de cabeça. Depois do aquecimento, fomos todos para a rua principal do pantanal na frente de uma nova loja e demos início a uma roda de capoeira com uma ladainha do mestre Korvão que estava com o berimbau, alguns de nós jogou com o mestre e também com seus alunos. O professor jogou e alguns dos nossos colegas tocaram na bateria da roda. Depois da roda jogamos na calçada, todos com todos. Ao som do berimbau e do pandeiro, os alunos formaram duplas na calçada e fizeram alguns jogos entre si. A aula acabou assim.

                          

Iniciamos a aula de quinta-feira 4 de outubro de 2012 em uma roda bem unida, depois fizemos uma atividade de respiração, onde poderíamos nos concentrar mais na aula que viria a seguir, inspirávamos e expirávamos durante as transições segurávamos a respiração de 4 a 5 segundos, de acordo com o tempo se aumentava a velocidade. Segundo o professor Fábio, isso é uma técnica da Yoga, que se faz quando está deitado e que ajuda no controle da respiração, mas também auxilia no alongamento, além de possibilitar o relaxamento do corpo. O professor falou que utiliza-se destas dinâmicas no começo da aula para colocar os alunos no clima de aprendizagem da capoeira e da sua aula. Posteriormente, falamos sobre o Blog (http://capufsc12-2.blogspot.com.br/) e que para comentar nele é necessário ter uma conta do Google; e se você entrar para ver sobre o semestre passado poderá ter acesso aos vídeos e relatórios do mesmo. Nesta aula tivemos a iniciação ao conteúdo Musica e Instrumentos de Capoeira. Durante a conversa o professor nos perguntou se tínhamos vivido alguma experiência com instrumentos musicais, a maioria não, mas alguns colegas sabiam tocar violão, pandeiro, cavaquinho entre outros instrumentos, em um total de 5 pessoas, sendo 2 estrangeiros, entre eles, 1 já havia tocado baixo quando menor, e a outra foi cantora mais parou pois a rotina era muito pesada. Foi falado os toques principais da capoeira. São 3 principais os que o professor quer que aprendamos: Angola (tchi-tchi-tom-tim), São bento pequeno (tchi-tchi-tim-tom) e São bento grande (tchi-tchi-tim-tom-tom) além de 1 toque de pandeiro, réco-réco (pode ser de ferro ou de coco), agogô e atabaque, além das viradas. Explicou novamente sobre a ordem das musicas na roda, inicia com uma ladainha, seguida da louvação e então os corridos e as chulas (que são ladainhas sem louvação), para entendermos o que era a chula o professor cantou uma. Então fomos apresentados ao berimbau, com uma musica que explica as partes dele, ”o que é o berimbau? A cabaça o  arame e um pedaço de pau”, filmaram os estrangeiros cantando a musica, e para aprender como se tocar o instrumento fizemos o som do berimbau com o boca, logo após o professor explicou como eram os principais toque, aberto (arame solto[tom]), chiado (arame levemente encostado no dobrão[tchi]) e preso (empurra o arame para frente[tim]). Falou também de como arcar um berimbau e da importância que ele tem para os capoeiristas, sua misticidade e a origem, que veio dos índios ao lançar uma flecha percebiam que saia som então colocou uma cabaça e tocavam, não se tem ao certo a origem do instrumento, e é ele que comanda a roda de capoeira de diversas maneiras. Por fim, todos tocamos os instrumentos, descobrimos a ordem deles na roda (3 berimbaus (Gunga, Viola e Violinha, o que diferencia é o som - grave ou agudo - que pode ter a ver com o tamanho do coco), 2 pandeiros ,1 agogô, 1 reco-reco e o atabaque) e demos inicio a uma roda com jogos e musicas. Durante a roda todos tiveram ao menos uma experiência na bateria enquanto os outros jogavam, gostei muito de ver como o pessoal evolui rápido já que a maioria nunca teve contato com estes instrumentos, me surpreendi bastante e acredito que logo estarão tocando sem nenhum tipo de ajuda.

A Lenda do Berimbau:
Uma menina saiu a passeio. Ao atravessar um córrego abaixou-se e tomou a água no côncavo das mãos. No momento em que, sofregamente, saciava a sede, um homem deu-lhe uma forte pancada na nuca. Ao morrer, transformou-se imediatamente num arco musical: seu corpo se converteu no madeiro, seus membros na corda, sua cabeça na caixa de ressonância e seu espírito na música dolene e sentimental. (Conto existente no leste e no norte africano), (Texto retirado da Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia) nº 80 de 1956.
Origem: A introdução deste instrumento no Brasil foi feita com a chegada dos negros Bantos, mais precisamente pelos Angolanos, cuja a cultura é uma das mais antigas de África.
No entanto, vale a pena salientar que, apesar do Arco Musical ter chegado ao Brasil por intermédio dos negros africanos, isto não implica que tenha sido criado por estes. Emília Biancarde, na obra Raízes Musicais da Bahia, diz acreditar-se que o arco musical já estava em uso há 15.000 anos antes de Cristo, porquanto aparece em pinturas rupestres da época, como a que foi encontrada na caverna Les Trois Frèmes, no sudeste da França. Albano Marinho de Oliveira, em pesquisa publicada na revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia de 1956, diz que, de entre os instrumentos de corda conhecidos no mundo, os mais antigos são a harpa, o Alaúde e a Cítara. Estes Instrumentos existem há cerca de 4.000 anos antes de Cristo e foram encontradas gravuras em pinturas e relevos do antigo Egipto. Todos estes três instrumentos retratados, tiveram a sua origem num arco musical, que tinha como característica, uma corda fixada nas suas extremidades e tendo como amplificador de som, uma caixa de ressonância, podendo até mesmo ser um buraco no chão. O arco musical foi, com toda a certeza, o ponto de origem da Harpa, opinião dominante entre os musicólogos. Hugo Riemann, na sua obra História La Música – 1930, diz acreditar que o som produzido pelo arco de caçador ao disparar a flecha foi, sem dúvida, segundo a lenda, a causa da invenção do arco musical. Teoria esta, contestada por Curt Sachs, na obra História Universal de Los Instrumentos Musicales. De qualquer forma, torna-se impossível fixar o ponto e época exata do seu aparecimento, pois a extensão geográfica da sua expansão dificulta certezas. Curt Sachs, anota a sua existência no México, na Califórnia, na Rodésia, no Norte e no Este Africanos, na ilha de Pentecostes, e na Índia; Carlos Vega, entre Índios da parte mais meridional da América do Sul e Ortiz, na ilha de Cuba. Albano de Oliveira resume que: “dos instrumentos de corda primitivos, a harpa provém de um arco, semelhante ao de caçador. E como referências antigas dão como a arpa originária do Egito, lítcito é se adimitir que o arco musical dalí partiu, espalhando-se a princípio pelo Oriente Próximo, Sul da Índia, onde Curt Sachs acredita existir a forma mais primitiva do arco musical, Indostão, Oceania, Continente Africano e somente nos tempos modernos, Europa e América.”
O Nome: Hoje em dia não nos é possível definir com exatidão a origem do vocábulo Berimbau, nem tão pouco sabermos quando este arco musical perdeu o nome de origem e herdou o termo conhecido atualmente. A ideia mais aceita, é a de que o nome Berimbau venha do termo vindo do quibundo m`birimbau, existem ainda os que defendam sua origem vinda do termo Balimbano, de origem mandinga, ambos os termos estão registados no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado. De outra forma, acredita-se que seja um termo vindo da palavra de origem Ibérica Birimbau, que, no Dicionário da Real Academia Espanhola, é definido como sendo um pequeno instrumento, composto de arame ou madeira, com uma lâmina fina fixa ao meio. Segundo Albano de Oliveira, em pesquisa na obra “Viagem Pitoresca e Histórica do Brasil” de Jean Baptiste Debret, artista Francês que morou no Brasil de 1816 até 1831, o nome de origem do nosso conhecido arco musical, o berimbau, era Urucungo, termo angolano, comprovando assim a origem angolana do instrumento. De outra forma, encontramos vários outros termos que definem o berimbau de barriga, são estes Uricundo, Urucungo (este último também registrado por Edson Carneiro, como já referido, sendo de origem Angolana), Orucungo, Oricungo, Lucungo, Gobo, Rucungo (registrados por Arthur Ramos), Bucumba, Macungo, Matungo e Rucumbo, bem como outros termos ainda não conhecidos.
O emprego do Arco Musical: Segundo a ordem cronológica da história dos instrumentos, os de percussão surgiram primeiro, sendo utilizados pelos povos guerreiros, seguidos dos de cordas e posteriormente, os de sopro. O arco musical teria nascido no Egipto, ou segundo Curt Sachs, no sul da Índia, em épocas muito remotas, e atravessou tempo e fronteiras, sendo conhecido em todos os continentes. O seu uso deveria ser apenas para a satisfação humana nas horas de lazer, ou ainda para manifestações religiosas, pois segundo consta, toda a história da música, está retratada em registros e documentos religiosos, como as gravuras tumulares egípcias, onde os instrumentos aparecem como forma de reverência aos Deuses, ao que o arco musical não seria exceção. Provando isso, Curt Sachs, em pesquisa sobre o arco musical, encontrou povos em ainda estágios primitivos de civilização, no qual o arco musical está ligado a religião, misticismo ou lenda, como, por exemplo, a dos povos do Norte e Este Africano, que narram a história da menina que bebia água num córrego, retratada no início desta pesquisa. Povos do México, como os Covas, utilizam um arco musical com uma caixa de ressonância separada. Esta caixa é na verdade o símbolo da deusa da Lua e da Terra, e entre algumas tribos deste mesmo povo, só as mulheres podem tocá-lo. Na Rodésia, o arco musical é tocado na iniciação das meninas. Já os Washam Balás, do Leste Africano, acreditam que o homem não poderá casar se, quando estiver fabricando o instrumento, se partir a corda, pois trata-se de um instrumento sagrado. O emprego do arco musical com característica religiosa, tende a diminuir entre os povos com níveis diferentes de cultura, é o que acredita Albano de Oliveira. No Tongo, o arco musical é tocado pelos velhos anciãos nativos apenas como forma de recordarem os tempos áureos da juventude. É o que faziam, segundo relato de Alfredo Brandão, quando os negros de alagoas, tocados pelos sentimentos de saudade e tristeza, aproveitavam a calada da noite nas senzalas para tocarem o berimbau. No Brasil, o berimbau não esteve, nem está ligado, a religiosidade, no entanto, sabemos do emprego do mesmo em missas, ou momentos que relembrem velhos mestres, sendo esta uma prática particular dos capoeiristas. Na Bahia, durante as festas de largos em dias santificados, era costume aparecerem tocadores de berimbaus. (acessado na http://capoeiraaltoastral.wordpress.com/sobre-capoeira/o-berimbau/ em 14 de 0utubro de 2012)

2 comentários:

  1. Adorei a aula no clube do Corinthians! Foi incrível ver o quanto a capoeira significa para àquelas crianças e o quanto elas gostam de praticá-la. Além disso fazer a roda de capoeira ali na calçada e terminá-la com todos jogando em duplas foi muito divertido e empolgante. Fiquei impressionada com a habilidade do mestre Korvão, já que nunca havia parado para ver uma roda de capoeira com atenção.

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