TERCEIRA SEMANA DE AULA
Fernanda Luiza Formighieri
Nessa semana, entre os dias 17 e 19 de setembro de
2012 o Núcleo de Estudos e Pesquisa Educação e Sociedade Contemporânea
(NEPECES) realizou o seu seminário anual. Nesse seminário foram realizadas
várias palestras com a participação de professores da Uni Frankfurt, Udelar
(Uruguai) e UNQ/UNPL (Argentina), além de professores da própria UFSC. No dia
18 (terça-feira), as 18h no auditório do CDS, foi realizada uma discussão a
respeito da "infância berlinense" em seu conteúdo pedagógico, com
base no livro ‘A infância em Berlim por volta de 1900’, escrito por Walter Benjamin
e analisado pela alemã, Sieglinde Jornitz. Para a tradução de sua conferência,
Sieglinde Jornitz contou com a ajuda do Prof. Alexandre Fernandez Vaz, da UFSC.
Por conta da palestra, a aula de capoeira foi cancelada para que os alunos
pudessem comparecer à palestra.
Primeiramente Sieglinde Jornitz leu um breve texto a
respeito do que se tratava o livro. O livro foi baseado nas experiências que
Walter Benjamin teve quando era criança e como isso fez diferença na vida
adulta dele. As memórias de uma infância como outras, que acontecem no seio da
burguesia alemã, fizeram-no criar uma espécie de “vacina” contra o nazismo. O
livro aborda a relação da criança com as proibições, os interditos e como isso
a obriga a agir discretamente. Outro apecto interessante abordado pela
Sieglinde foi o fato de como a criança lida com o tempo de forma diferente,
onde as brincadeiras acontecem dependendo da vontade da criança, porém quando
ela inicia a escola, é obrigada a mudar, a se inserir numa outra cultura e a
respeitar os horários que lhe são expostos. Benjamin mostra como era a educação
da sociedade berlinense antes da guerra. Após a leitura desse texto, foi aberta
uma discussão para abordar partes mais específicas do livro.
No dia 20, quinta-feira, as 18:15h, começamos a aula
de capoeira no ginásio de ginástica artística. Primeiro falamos a respeito da
palestra realizada na terça-feira, abordando o que a mesma tem a ver com o
conteúdo de capoeira e como é interessante participar de eventos mais específicos para “sair da zona de conforto” e ir atrás
não só do que está ao nosso alcance. Posteriormente tratamos a respeito do
livro ‘Capoeira Angola de Valdeloir Rego’, onde Bruno fez um breve resumo das
partes principais do primeiro capítulo, intitulado ‘A vinda dos escravos’, que
se tratava da possível origem dos negros africanos e do provável ano em que
teriam chegado ao Brasil. No texto fica claro que diversos documentos
históricos a respeito disso foram queimados por Rui Barbosa, porém o professor
Fábio discutiu conosco que isso não era confirmado pelos historiadores. Que
somente parte da documentação fora queimada. Além disso foi discutido também a participação
de negros nos processos de escravismo, que vendiam seus escravos de guerra na
África, sendo assim coniventes com a escravidão. Um outro aspecto foi a
participação efetiva da Igreja católica que através de suas bulas papais
legitimou o tráfico e a escravidão. Depois foi a vez de Eduardo falar a
respeito do segundo capítulo, intitulado ‘O termo capoeira’. A respeito desse
capítulo discutimos a origem do termo, que é tupi-guarani, e o significado do
mesmo, que é “mato miúdo que nasceu no lugar do mato virgem que se derrubou”. Após
isso foi a vez de praticarmos a capoeira. Começamos aquecendo em dupla,
realizando movimentos com as pernas e os braços no plano alto, médio e baixo.
Primeiramente começamos de mãos dadas, seguindo os movimentos do companheiro
como se fosse um “espelho” e posteriormente com as mãos soltas. Depois passamos
a gingar e praticar a meia lua baixa e a esquiva, porém agora diversificando
mais e sendo um pouco mais ousado. Relembramos passos já aprendidos na aulas
anteriores, como a esquiva, o aú e a meia
lua armada, para fixar melhor o conteúdo e também para dar oportunidade dos
novos alunos aprenderem os movimentos básicos. Além disso, essa foi a primeira
aula em que começamos a jogar a capoeira propriamente dita, permitindo aos
praticantes mais experientes realizar qualquer movimento da capoeira e aos mais
novatos ser um pouco mais criativos e a perder o medo. Outra coisa abordada
pelo professor foi a questão da "compra
de jogo", que deve ser realizado no momento certo, ou seja, num
momento em que não atrapalhe os jogadores, tendo muito cuidado para que ninguém
se machuque. A compra de jogo pode ser também perigosa, pois quando você compra
um jogo, está comprando um desafio/luta/jogo que estava sendo colocado para um
outro jogador/lutador.
Pude assistir a palestra da professora alemã e foi uma nova perspectiva a respeito da infância pra mim. Um olhar menos teórico e mais "humano".
ResponderExcluirSobre a segunda aula da semana lembro ter sido cansativa! Gostei bastante, uma pena já estar cansado na hora de fazer o jogo; acabei me dando mau por estar lento de mais!