Relato da Aula dia
15 de agosto de 2013
por Denise Oliveira de Souza.
No
inicio da aula o professor pediu para os alunos formarem um círculo, todos de
pé, onde não poderia haver espaços entre cada um dos alunos. O professor então
explicou este princípio da roda de capoeira. Na roda, o significado primordial
se da em relação ao posicionamento dos integrantes em forma de circulo fechado
sem espaços por onde pode escapar a sua energia ou o “axé” como é denominado
pelos capoeiras. Também em círculo, toda a energia emanada do coro e dos
participantes da roda são dirigidas para os dois jogadores que encontram-se ao
centro, jogando. Acredita-se na capoeira, que todo espaço deixado na roda pelos
capoeiras que por algum motivo se levantam, seja para jogar ou toca, ou ainda
simplesmente ir embora, é um espaço por onde o axé ou a energia da roda pode se
perder. Por isso, quando isso acontece, sempre os mais antigos corrigem a
formação, solicitando que alguém feche a roda. Um simples sinal com os olhos
podem indicar ou lembrar os participantes sobre o fundamento. Acredita-se ainda
que a perda do axé prejudica o jogo ou a bateria, influenciando a atuação e o
sentimento dos camaradas.
No
segundo momento da aula, o professor introduziu o ensino da Ginga, um dos cinco
fundamentos da capoeira que serão estudados e praticados no semestre: Ginga,
Esquiva, Golpe, Acrobacia e Negaças. A atividade consistiu numa caminhada pela
sala. Foram realizados deslocamentos de forma natural de tal maneira que
condicionava o corpo a realização de
movimentos de membros inferiores e superiores de forma mais relaxada porém
naturalmente causando desequilíbrio e equilíbrio corporal, onde gerou uma
pré-disposição para a ginga, que vem a ser a base da capoeira. Foi enfatizado a
movimentação das pernas e dos braços, em sincronia, gerando estabilidade e
equilíbrio. Caminhas para frente e para trás demonstraram a semelhança entre o
andar e o gingar. Foi enfatizado a simplicidade do movimento que é a base de
toda a movimentação no jogo de capoeira.
O
primeiro movimento ensinado foi a meia lua simples, ou meia lua de frente onde
o capoeirista passa a perna sobre o outro capoeirista lembrando de controlar a
intensidade do golpe de acordo com o ritmo da musica que determina o ritmo do
jogo.
Posteriormente
foi passada uma movimentação de defesa, ou esquivas, que também tem a sua
importância na capoeira pois, segundo o professor Fábio, trata-se de uma luta
defensiva, onde o instinto de preservação da vida dá lugar, num primeiro
momento, a uma movimentação de defesa e preservação do corpo. Com base em Rego
(1968), o professor explicou a origem do nome cãa-puera: "mato baixo, que
foi cortado e nasceu no lugar que antes era uma floresta". Era, segundo
Rego (1968) e Areias (1983, p. 17) o local onde os negros fugidos se escondiam
e armavam emboscadas. O que levava os capitães do mato a recomendarem
"todo cuidado com os negros que com um estranho jogo de corpo surpreendem
vindo do interior das capoeiras"
O
aprendizado da defesa, segundo a aluna Denise, pode ajudar o jogador que gosta
mais de brincar na roda do que de atacar, pois a defesa é bem importante quem está
num nível inicial do seu treinamento, pois ainda não tem muita intimidade com
os golpes. Essa movimentação,a esquiva, foi apresentada de três maneiras,
esquiva alta, média e baixa, todas laterais. Na primeira, o corpo fica mais
ereto, porém com os membros inferiores flexionados e o tronco girando lateralmente.
A esquiva mais baixa, chama-se também de esquiva de angola onde a posição do
corpo é rente ao chão, para uma defesa de golpe mais baixo.
A
aula terminou em círculo com avaliações sobre a andar e a ginga, em que o
Augusto falou sobre a relação da caminhada com a ginga, e a Sarah, colega
intercambista espanhola relatou sua dificuldade em acompanhar o ritmo da musica
com a ginga.
Nenhum comentário:
Postar um comentário