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domingo, 30 de setembro de 2012

TERCEIRA SEMANA DE AULA


TERCEIRA SEMANA DE AULA
Fernanda Luiza Formighieri

 
Nessa semana, entre os dias 17 e 19 de setembro de 2012 o Núcleo de Estudos e Pesquisa Educação e Sociedade Contemporânea (NEPECES) realizou o seu seminário anual. Nesse seminário foram realizadas várias palestras com a participação de professores da Uni Frankfurt, Udelar (Uruguai) e UNQ/UNPL (Argentina), além de professores da própria UFSC. No dia 18 (terça-feira), as 18h no auditório do CDS, foi realizada uma discussão a respeito da "infância berlinense" em seu conteúdo pedagógico, com base no livro ‘A infância em Berlim por volta de 1900’, escrito por Walter Benjamin e analisado pela alemã, Sieglinde Jornitz. Para a tradução de sua conferência, Sieglinde Jornitz contou com a ajuda do Prof. Alexandre Fernandez Vaz, da UFSC. Por conta da palestra, a aula de capoeira foi cancelada para que os alunos pudessem comparecer à palestra.
Primeiramente Sieglinde Jornitz leu um breve texto a respeito do que se tratava o livro. O livro foi baseado nas experiências que Walter Benjamin teve quando era criança e como isso fez diferença na vida adulta dele. As memórias de uma infância como outras, que acontecem no seio da burguesia alemã, fizeram-no criar uma espécie de “vacina” contra o nazismo. O livro aborda a relação da criança com as proibições, os interditos e como isso a obriga a agir discretamente. Outro apecto interessante abordado pela Sieglinde foi o fato de como a criança lida com o tempo de forma diferente, onde as brincadeiras acontecem dependendo da vontade da criança, porém quando ela inicia a escola, é obrigada a mudar, a se inserir numa outra cultura e a respeitar os horários que lhe são expostos. Benjamin mostra como era a educação da sociedade berlinense antes da guerra. Após a leitura desse texto, foi aberta uma discussão para abordar partes mais específicas do livro.
No dia 20, quinta-feira, as 18:15h, começamos a aula de capoeira no ginásio de ginástica artística. Primeiro falamos a respeito da palestra realizada na terça-feira, abordando o que a mesma tem a ver com o conteúdo de capoeira e como é interessante participar de eventos mais específicos  para “sair da zona de conforto” e ir atrás não só do que está ao nosso alcance. Posteriormente tratamos a respeito do livro ‘Capoeira Angola de Valdeloir Rego’, onde Bruno fez um breve resumo das partes principais do primeiro capítulo, intitulado ‘A vinda dos escravos’, que se tratava da possível origem dos negros africanos e do provável ano em que teriam chegado ao Brasil. No texto fica claro que diversos documentos históricos a respeito disso foram queimados por Rui Barbosa, porém o professor Fábio discutiu conosco que isso não era confirmado pelos historiadores. Que somente parte da documentação fora queimada. Além disso foi discutido também a participação de negros nos processos de escravismo, que vendiam seus escravos de guerra na África, sendo assim coniventes com a escravidão. Um outro aspecto foi a participação efetiva da Igreja católica que através de suas bulas papais legitimou o tráfico e a escravidão. Depois foi a vez de Eduardo falar a respeito do segundo capítulo, intitulado ‘O termo capoeira’. A respeito desse capítulo discutimos a origem do termo, que é tupi-guarani, e o significado do mesmo, que é “mato miúdo que nasceu no lugar do mato virgem que se derrubou”. Após isso foi a vez de praticarmos a capoeira. Começamos aquecendo em dupla, realizando movimentos com as pernas e os braços no plano alto, médio e baixo. Primeiramente começamos de mãos dadas, seguindo os movimentos do companheiro como se fosse um “espelho” e posteriormente com as mãos soltas. Depois passamos a gingar e praticar a meia lua baixa e a esquiva, porém agora diversificando mais e sendo um pouco mais ousado. Relembramos passos já aprendidos na aulas anteriores, como a esquiva, o aú e a meia lua armada, para fixar melhor o conteúdo e também para dar oportunidade dos novos alunos aprenderem os movimentos básicos. Além disso, essa foi a primeira aula em que começamos a jogar a capoeira propriamente dita, permitindo aos praticantes mais experientes realizar qualquer movimento da capoeira e aos mais novatos ser um pouco mais criativos e a perder o medo. Outra coisa abordada pelo professor foi a questão da "compra de jogo", que deve ser realizado no momento certo, ou seja, num momento em que não atrapalhe os jogadores, tendo muito cuidado para que ninguém se machuque. A compra de jogo pode ser também perigosa, pois quando você compra um jogo, está comprando um desafio/luta/jogo que estava sendo colocado para um outro jogador/lutador.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

SEGUNDA SEMANA DE AULA


SEGUNDA SEMANA DE AULA
Por: Bruno G. G. da Costa

Nos reunimos no ginásio de alumínio, hoje com a presença de alguns alunos novos, estrangeiros e alguns que conseguiram vir pela primeira vez nesta semana. Fomos apresentados aos monitores da disciplina, Alan e Luiz Eduardo, e iniciamos a aula com uma conversa sobre a origem da capoeira e a história da miscigenação étnica e cultural única que constitui a formação do povo brasileiro. (Darci Ribeiro) Para complementar a revisão desta história, a capoeira da ilha, foi utilizado livreto da "Nova cartografia social dos povos e comunidades tradicionais do Brasil, nº 18", distribuído pelo professor para a turma, cujo título é a Capoeira da Ilha Florianópolis, Ilha de Santa Catarina. Foram lidas duas falas do Mestre Pinóquio pelo professor, a fim de esclarecer alguns temas. A primeira: “E a capoeira que foi forjada aqui, pelos nossos antepassados, que culminou em tudo isso, a capoeira é o que na verdade? É nossa identidade, nossa cultura(...) A capoeira é embate ao sistema, a escravidão tá aí... ela não acabou, mudaram o cenário... não tem mais chibata, mas tem! O cara recebe o salário no final do mês mal da pra pagar o porão. (...) Ser capoeirista é ser do contra, é literalmente do contra, aquilo que tá ali já montado, pra nos fazer calar e não ter vez nem voz.” E “Tem o cara que vive, ele tem a capoeira como uma filosofia de vida, que é o meu caso... Eu consegui enxergar a minha identidade, eu consegui me situar no mundo através da capoeira. Quando eu comecei a treinar, a conhecer outras pessoas, e a ler e a me instruir, pude perceber que toda história contada nas escolas são histórias contadas da perspectiva do opressor, são histórias fraudulentas, mentirosas, todas as histórias, que são poucas que eu conheço, mas que até fui, li e conheci, começando pelo próprio vaticano que eram os próprios escravocratas (...). Acho que um dos papéis fundamentais da capoeira é isso, é dar caminho, é elucidar, porque o sistema nos faz tornar pobres, burros, ignorantes, escravos, e a capoeira não, a capoeira diz que tu tens uma força, tu tens um espírito, tens uma arte, tu és gente.” Na parte prática, os alunos que já haviam feito aula se revezaram na dinâmica do professor para gingar com os alunos que estavam tendo o primeiro contato com a técnica. Após alguns momentos de exercícios de ginga, aprendemos a nossa primeira acrobacia, a "parada de mão". Os cinco fundamentos que iremos aprender este semestre são: ginga, esquivas, golpes, negaças e acrobacias. Logo mais o professor passou a esquiva e a meia lua, e também praticamos revezando com os alunos novos. O próximo movimento aprendido foi um contragolpe da meia lua, que se caracterizou pela esquiva ao receber a meia lua, e com um movimento apoiado na mão da esquiva, se soltava outra meia lua em resposta. Houve dificuldades de se fazer a esquiva, principalmente na questão de fazer esquiva para o lado correto, não indo de encontro com o contra golpe do colega, mas logo houve melhora, quando o movimento já estava ficando um pouco mais consciente e pudemos sentir os momentos que estávamos errado, ou trocando pernas e  braços. Durante esta pratica, o professor também nos ensinou sobre uma posição entre a esquiva e o contragolpe, e a importância de sempre olhar para o adversário. A posição consistia de uma passagem, onde ficaríamos com os dois pés apoiados no chão, abertos, e nosso tronco deveria estar a frente e abaixo da linha do quadril, de maneira que pudéssemos observar o adversário por entre as pernas, nos orientando para a continuação do movimento para um lado mais seguro. O ultimo movimento foi uma rasteira, contra o chute martelo, e uma saída da rasteira logo em seguida. O chute martelo é um chute lateral, podendo ser feito lateralmente desde a perna no chão ou então com a flexão de quadril, redirecionando o golpe a partir de então. O contra golpe se caracteriza pela movimentação na direção contrária a do martelo, aproximando-se do adversário, com uma defesa contra o chute e levando a outra perna (não a utilizada no movimento) de encontro a perna de base do adversário, que logo passaria o peso para a perna que chutou a fim de evitar uma queda. Após um breve exercícios destes movimentos, jogamos com nossos colegas utilizando os movimentos que aos poucos vão sendo incorporados. Quer dizer que pelo treinamento o nosso corpo vai aprendendo e desenvolvendo novas técnicas corporais, que assim podem ser realizadas de forma natural, com mínimo de esforço. Em uma roda final, o professor explicou sobre a importância de sempre jogar com atenção e a origem combativa da capoeira, e a lição para estarmos sempre alertas, atentos á qualquer perigo em potencial, nunca de guarda baixa, valorizando a reação e a visão, sempre procurando preservar a própria integridade, e na medida do possível a dos demais.

Quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Começamos a aula com o aquecimento jogando uns com os outros. O jogo é um momento único, entre dois capoeiristas que usam os movimentos que sabem, ginga, golpes, esquivas, negaças e acrobacias a fim de vencer uma luta, mas sem necessariamente ter que ferir seu adversário, e mesmo assim sempre mantendo-se alerta e preparado, escapando dos ataques e contra-atacando até que alguém interrompa ou por algum outro motivo o jogo se encerre. A medida que fomos esquentando alguns fundamentos foram sendo lembrados e praticados (esquiva, meia lua, martelo, rasteira, meia lua de compasso, etc.) até que o professor começou a passar novos exercícios. Nesta aula aprendemos mais uma acrobacia, o Aú, que foi iniciado com uma "estrela" em exercícios de cruzar a sala e voltar, com adições de dificuldades, como a visão sempre a frente, ou então com o colega. O movimento na realidade consiste em uma parada de mãos em movimento para algum dos lados, seja para escapar de algum golpe ou confundir o adversário, preparando um ataque ou simplesmente utilizado como locomoção. Percebemos que ao ver parecia simples, mas a tontura e o equilíbrio realmente fazem do exercício um desafio.
Aprendemos também um movimento novo de defesa, ao esquivar da primeira meia lua do adversário, faríamos uma segunda e terceira esquiva para duas meia luas seguintes. Após esquivar da terceira meia lua, o adversário ao golpear um chute frontal, faríamos um movimento em uma base média, com joelhos flexionados e tronco inclinado para frente, com os braços cruzados para baixo à frente do corpo, a fim de parar o chute entre os dois antebraços. Quando o chute e os antebraços tivessem contato, não haveria resistência, e a força do chute faria com que nos movimentássemos para trás, “caindo” com um pé de apoio e outro à frente, estendido, que utilizaríamos para fazer a base apoiado também na mão contrária a esta perna. Em um movimento trazendo a perna estendida para próxima a de base flexionada, faríamos um movimento de pivô com este pé para nos levantarmos sempre olhando para o adversário e sabendo sempre qual o lado mais seguro. Foi provavelmente a movimentação mais complexa que aprendemos desde o início das aulas, e todos tiveram muitas dificuldades, então acabamos por ficar praticando este exercício durante a maior parte do tempo de aula. Fizemos também alguns movimentos próximos ao chão, não podendo se levantar. Nestes exercícios tivemos que cumprimentar os colegas utilizando os pés e depois praticar a meia lua com a esquiva angola, e também jogamos nesta altura. Ao final da aula, foi organizada a roda, na qual conversamos sobre as aprendizagens e observações das aulas, fizemos um resfriamento através de alongamento e exercício de respiração, os alongamentos já foram voltados aos membros inferiores e tronco, determinantes nos movimentos utilizados durante as nossas práticas. Fizemos alongamentos em duplas e um exercício de respiração em duplas, que consiste em um dos colegas deitado em decúbito ventral, e o outro colega em pé sobre ele, ajudando-o na expiração pressionando suas costelas com as palmas da mão, favorecendo a saída do ar pela compressão da caixa torácica. Após alguns ciclos de respiração, o colega em pé massagearia as costas do colega deitado, que relaxaria a fim de voltar seu metabolismo a níveis de repouso. Ao final fomos avisados da programação da próxima semana, e sobre o material que deveríamos estar lendo.

PRIMEIRA SEMANA DE AULA


PRIMEIRA SEMANA DE AULA

Por: Luís Gustavo Neves Carvalho


  A primeira aula foi em sala. Estavam presentes apenas cinco alunos. O professor se apresentou e informou que aprendeu capoeira em 1992, com o capoeira Alemão, ali mesmo no CDS. Ele comentou que atualmente estava praticando menos, principalmente depois de ir estudar na França, onde o acesso a capoeira era mais difícil. Durante o período que esteve em Paris, treinou com Lucia Palmares e Pol, em Pigale. Foi muito bem recebido e os treinos eram duas vezes por semana. O professor comentou que encontra-se na terceira graduação, instrutor (Amarelo e azul) do grupo de capoeira angola Palmares. Porém, não são todos os grupos que adotam graduação. Existem outros grupos com graduação e que utilizam cores diferentes. Depois de se apresentar, ele pediu que a turma se apresenta-se: nome, experiência na capoeira e o que se espera da disciplina. Descobrimos que um dos nossos colegas já faz capoeira tem 2 anos e possui o segundo cordão. Eduardo tem interesse na história e na parte teórica da capoeira. Eu não tenho experiência com essa modalidade e minha expectativa é a realização de muitas aulas práticas. A Fernanda disse que já fez balé, mas capoeira ainda não. Os acadêmicos Bruno e Cleber nunca praticaram esta atividade. O Douglas Xavier pratica Jiu-jitsu e boxe, mas tem muitos contatos de capoeiristas em comum com o professor Fábio. O professor comentou o significado etimológico da palavra Capoeira, Caã-puera, que é "floresta que foi cortada e no seu lugar nasceu um mato baixo". Uma das histórias que se conta da capoeira diz que o escravo fugia para o campo e ia se esconder do capitão do mato neste mato baixo e quando este passava perto do escravo, ele o atacava para conseguir sua liberdade. Segundo Rego (1968), a palavra capoeira seria de origem tupi guarani. Na segunda aula, vieram mais alunos, incluindo dois de origem alemã. Uma aula prática foi realizada no ginásio de alumínio ao som do berimbau e o ritmo da capoeira que saiam da caixa de som. Aprendemos três dos cinco fundamentos desta prática: gingar, esquivar e golpear. O professor nos ensinou três golpes: a Armada (é o chute com o lado externo do pé, em que o corpo dá um giro de 360 graus por trás), a Meia-lua de compasso (é um movimento de capoeira no qual é usado o calcanhar para acertar o adversário, girando-se com as duas mãos no chão) e a Meia-lua de frente (golpe circular com a parte interna do pé). Ao fim do treino foi realizado uma roda, na qual fizemos a conclusão da aula. Por e-mail foi enviado o convite para o seminário que será realizado pelo Núcleo de estudos e pesquisa educação e sociedade contemporânea. O professor ainda nos enviou o plano de ensino via internet.

domingo, 9 de setembro de 2012

PLANO DE ENSINO SEMESTRE 2012.2





Serviço Público Federal
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE DESPORTOS
Campus Universitário
88040-900 - Florianópolis - SC - Brasil

Disciplina: Teoria e Metodologia da Capoeira (DEF 5850)
Turma: 0467                                                              Carga horária: 72h/a – 04 créditos
Curso: Licenciatura e Bacharelado em Educação Física    Professor: Fábio Machado Pinto

EMENTA DA DISCIPLINA: Histórico e evolução da capoeira. Fundamentos ritualísticos, musicais e formas de jogo. Elementos básicos e aspectos metodológicos do ensino da capoeira. Noções de regras. Prática pedagógica, sob orientação e supervisão docente, compreendendo atividades de observação dirigida ou experiências de ensino.

PLANO DE ESNINO - SEMESTRE 2012.2

OBJETIVO:


Objetivo Geral: Estudar, compreender e experimentar processos de ensino e aprendizagem da capoeira em ambientes educacionais, como resultado da relação entre um educador e os alunos, entendidos como sujeitos do ensino e da apropriação dos saberes e técnicas corporais, considerando a formação pedagógica, científica e cultural produzida e disponível no meio universitário e no meio popular.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO


UNIDADE 1 – FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DA CAPOEIRA
Objetivo Específico: refletir criticamente sobre o processo histórico e de construção da capoeira enquanto um fenômeno cultural, popular e afro-brasileiro.
Temas:
1.1) O tráfico de escravos e as condições de trabalho do negro no Brasil escravocrata; os quilombos e as lutas da resistência afro-brasileira.
1.2) A guerra do Paraguai e o extermínio de negros; a abolição da escravatura, a marginalidade e a repressão;
1.3) O surgimento da Luta Regional Baiana e da Capoeira Angola;
1.4) A institucionalização, desportivização e mercadorização da capoeira.
UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS DA CAPOEIRA
Objetivo Específico: problematizar a produção e transmissão de saberes, conhecimentos e práticas relacionadas à arte, luta, dança, brincadeira, que passou a ser chamada de “capoeira”.
Temas:
2.1) A capoeira na e da escola: possibilidades da relação entre capoeira e escola;
2.2) Os saberes, conhecimentos e práticas da capoeira expresso nos rituais, normas, regulamentos, graduações, competições, festivais, batizados e rodas;
2.3) A atividades de ensino da sua movimentação : ginga, esquivas, golpes, acrobacias;
2.4) Os estilos de jogo e luta: a malícia e a mandinga; a complementação, o nível do jogo (baixo, médio, alto); a luta, o jogo, a violência, a agressividade e a ética; a estética e a teatralidade;
2.5) O ensino do ritmo, da musicalidade – cânticos de capoeira - e da fabricação e utilização dos instrumentos – Berimbau, atabaque, pandeiro, reco-reco e agogô;

UNIDADE 3 – FUNDAMENTOS ANTROPOLOGICOS: A CAPOEIRA NA E DA ILHA.

Temas: problematizar a prática da pesquisa e do ensino, como estratégia necessária à implementação de um projeto pedagógico que tenha como eixo a relação dialética entre o conhecimento científico e a cultura popular.
3.1) A origem e história da capoeira na e da ilha: fundamentos, tradição, estilos, idéias, valores;
3.2) Os grupos e os capoeiristas de Florianópolis: roda, capoeira e grupos na conjuntura da cidade, do estado e do país; a capoeira internacional;
3.3) Estratégias político-pedagógicas para a estreitar a relação entre cultura popular e escola.

METODOLOGIA

 

Estratégias de Ensino: Aula experimental de capoeira; aula expositiva e dialogada; incursão à campo: registro de atividades de capoeira em escolas, entrevista e oficinas com sujeitos da capoeira, planejamento e ensino da capoeira na escola; Estudo orientado sobre bibliografia recomendada; síntese reflexiva escrita e oral.

Oficinas de capoeira: serão realizadas oficinas que abordem os conteúdos da disciplina, ministradas por mestres e professores de capoeiras convidados ou especialistas. 

AVALIAÇÃO

A avaliação será do tipo diagnóstico-processual, que se caracteriza por analisar criticamente o processo ensino/aprendizagem através da entrega de trabalhos, do compromisso acadêmico/responsabilidade e da participação efetiva nas aulas.
Os trabalhos solicitados:
MEMORIAL CRITICO DA DISCIPLINA. Trata-se do registro diário e documentado de todas as atividades realizadas no semestre, tendo como referência as atividades realizadas: 1. Análise Crítica dos artigos e obras estudadas; 2. Entrevistas com personagens (mestre ou professor) da capoeira local ou nacional; 3. Planejamento e execução de um módulo de ensino da capoeira (duas ou três aulas) na educação básica; 4. Organização ou participação em um evento de capoeira. Eventualmente, a avaliação pode prever provas e/ou elaboração de Artigo científico para apresentação e/ou publicação em revistas e eventos acadêmicos. 

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS: (OBRIGATÓRIAS E NEGRITO)
ABREU, Frederico José de. O Bimba é Bamba: a capoeira no ringue.  Bahia: Instituto Jair Moura, 1999.
ABREU, Frederico José de & CASTRO, Maurício Barros de. Capoeira. In: Coleção Encontros. Rio de Janeiro, Ed. Beco do Azougue, 2009.
ACCURSO, Anselmo da Silva. Capoeira: um instrumento de educação popular. Porto Alegre: (s/n), 1995.
ALMEIDA, Raimundo C. A. de. Bimba: perfil do mestre. Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1982.
AREIAS, Almir das. O que é capoeira. São Paulo: Brasiliense, 1983.
CAMPOS, Hélio José B. Carneiro. Capoeira na escola. Salvador: Presscolor, 1990.
CAPOEIRA, Nestor. Capoeira: os fundamentos da malícia. Rio de janeiro, Record, 1992.
CENTRAL CATARINENSE DE CAPOEIRA ANGOLA. Capoeira da Ilha. In: Nova Cartografia Social dos povos e comunidades tradicionais do Brasil. Florianópolis: Gráfica da UFSC, 2012.
CHAUÍ, Marilena. Conformismo e resistência: aspectos da cultura popular no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1986.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação física. São Paulo, Cortez, 1992.
DOMINGUES. Maria Eugênia. Rodas de Capoeira: arte a patrimônio em Florianópolis. Florianópolis, contraponto, 2010.
FALCÃO, José Luiz Cerqueira. A escolarização da Capoeira. Brasília: Royal Court Editora: 1996.
FERNANDES, Florestan. Significado do protesto negro. São Paulo: Cortez, 1989.
FRIGERIO, Alejandro. Capoeira: de arte negra a esporte branco. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais. no 10. Vol. 4. Junho de 1989.
KNABBEN JÚNIOR, Manoel Alair. Cultura Escolar e Cultura Popular: aspectos do ensino da Capoeira na Educação Física escolar. Trabalho de Conclusão de Curso de Educação Física / UFSC, julho de 2001.
LEITE, Ilka, Boaventura. (org) Negros no sul do Brasil: invisibilidade e territorialidade. Florianópolis: Letras contemporâneas, 1996.
LEWIS, J. Lowel. Ring of Liberation: deceptive Discourse in Brazilian Capoeira. Chicago, UCP, 1992.
MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. São Paulo: Ática, 1989.
PASTINHA, Mestre. Capoeira Angola. Bahia: Fundação Cultural do Estado, 3a edição, 1988.
PINHO, Joseane. Iê a Capoeira...Iê tem fundamento, camará! Florianópolis. Monografia apresentada no Curso de Especialização em Educação Física Escolar. CDS/UFSC. 1993.
RAMPINELLI, Waldir josé & OURIQUES, Nildo D. (orgs) Os 500 anos: a conquista interminável. São Paulo: Vozes, 1999.
REGO, Waldeloir. Capoeira Angola: ensaio sócio-etnográfico. Bahia: Editora Itapoã, 1968.
REIS, André Luiz Teixeira. Brincando de Capoeira: recreação e lazer na escola. Brasília: Editora Valcy, 1997.
REIS, Letícia Vidor de Sousa. O mundo de pernas para o ar: a Capoeira no Brasil. São Paulo: Editora Publisher Brasil, 2a ed., 2000.
RIBEIRO, Darci. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
ROHRIG, Mathias. Capoeira: The History of na afro-brazilian martil art. New York, Routedgle, 2005.   
ROHRIG, Mathias & VIEIRA, Luiz Renato. Mitos, Controvérsias e fatos: construído a história da capoeira. In: Revista Estudos Afro-asiáticos. (34): 81-121, dezembro 1998.
ROHRIG, Mathias & Mestre COBRA MANSA. A dança da zebra. Será que foi do N'golo, jogo de combate angolano, que nasceu a capoeira? In: Raízes africanas, História, Biblioteca Nacional no bolso. Rio de Janeiro, Sabin, 2009.
SARTRE, Jean Paul. Reflexões sobre o racismo. 5a edição, S/d.
SILVA, Carlos Alberto Dal Molim. A volta ao mundo da capoeira. (monografia de especialização em Educação Física escolar). Florianópolis: UFSC, 1992.
VIEIRA. Luiz Renato. O Jogo de Capoeira: cultura popular no Brasil. Rio de Janeiro: Sprint, 1996.