Seguidores

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

RELATO DE AULA DE 24/09/2013

Pelo acadêmico: Thiago Kahl
Data: 24/09/2013
ACROBACIAS NO JOGO DE CAPOEIRA

A identificação da Capoeira se dá, pela cultura do corpo no jogo, sua gestualidade, e as várias formas de visualizações interpretativas que os indivíduos têm ao participar de rodas de Capoeira. Para isso, tem-se que levar em consideração o estilo do jogo que se subdivide em dois: Angola e Regional; identificação e relação entre os camaradas; o espaço; as técnicas e as dinâmicas de movimento do corpo e a sonorização. Atenhamo-nos exclusivamente, neste contexto, aos estilos jogados. Eles representam a técnica corporal reproduzida e utilizada nas rodas. Comparando-os, temos: O Angola, pelo Mestre Pastinha, conhecido como a matriarca dos estilos, mas não o único. É o mais antigo, tradicional, jogo mais baixo e lento (porém rápido e alto ou no meio, quando necessário), lúdico e com malícia, mandinga, cheio de misticismos e malandragem, praticado principalmente pelos que vivem a margem entre os mais pobres. Porém, com forte relação com as elites culturais baianas. O Regional, criado pelo mestre Bimba, é ensinado por meio de uma metodologia baseado nas sequências, introduz os uniformes e cordéis, o jogo passa a ser mais rápido e utiliza-se de outras lutas para se tornar mais eficiente, contemporâneo, jogo alto, jogo de branco de classes sociais médias e altas (mas se faz presente também nas classes mais baixas), descaracterizado das raízes, mais agressivo e violento.
Às vezes essas formas de expressão corporal não são usadas em conjunto. Elas possuem suas particularidades, transmitindo sua originalidade, dando abertura ao preconceito. Mas não levemos em consideração estes quesitos. Permaneceremos na ideia de desvendar os diversos movimentos advindos dessas divergências, [...] “identificando formas de uso do corpo, modificações da gestualidade no jogo da capoeira, reconstrução de seus símbolos e de seu sentido social.” [...]
Era aqui que queria chegar. Explicar um pouco da história e estilos de jogos dessa belíssima arte que há anos nos envolve com sua magia única e exclusiva, capaz de penetrar na alma de quem, visualmente, perde um pouquinho do tempo para prestigiar, participar e fazer daquele momento, um privilégio adquirido.
Foi no dia dezenove de setembro de dois mil e treze, na Universidade Federal de Santa Catarina, no Centro de Desportos, na aula teórico/prática de Teoria e Metodologia da Capoeira que o professor Fábio Machado Pinto explicitou sobre as acrobacias. Teve que se utilizar de acrobacias mais simples em determinado tempo porque viu que a turma não se atrevia ou que a complexidade de execução teria pegado todos os alunos. Alguns conseguem, outros nem tanto. Admiro muito e tudo, em todos os sentidos, tratando-se da Capoeira.
Acho incrível a coordenação, a força de membros inferiores, a flexibilidade que os mais habilidosos têm e a facilidade com que fazem as acrobacias. Provável que falte um tanto para que eu consiga chegar ao topo em que estão, porém, tudo isto é treinável. Disciplina é o que há! Ao que estava dizendo anteriormente, o professor retornou a explicar sobre o aú aberto e fechado, simples, muito simples (para mim). Utilizou muito o trabalho em duplas para maior facilitação e familiarização ao movimento. Os parceiros se ajudavam. O ensino-aprendizagem variava de um nível moderado a um moderado a alto. Logicamente, ninguém é de ferro. Falou e demonstrou a parada de mãos com dois (de mãos) e três apoios (de cabeça). Por fim, o aú canivete ou simplesmente canivete deu trabalho. Uma que o peso do corpo fica em cima apenas de uma mão, apavorando aqueles que nunca viram ou fizeram este movimento.
Conclui-se que: “Não se deve fazer um jogo só de acrobacias, pois se perde o sentido real do jogo”, estas foram as palavras do professor Fábio, vulgo Bagé que ficou como um ponto de partida e reflexão quanto ao que fazer dentro de uma roda. As acrobacias servem de fuga, para mostrar resistência, para enganar o adversário, etc. Então se busca ter o equilíbrio entre elas, diversificando o jogo e saber quais delas colocar em prática durante a ação, que muitas vezes, é inesperada dentro de uma roda e não se sabe o que fazer.  
Referências:
Disponível em: http://www.oxossecapoeira.com.br/mno/index.php?pg=12. Acesso em 19 de set. 2013.

NEVES, J.C. e DIAS, NUNES. Narrativas do corpo e da gestualidade no jogo da capoeira. Motriz, Rio Claro, v.16 n.3 p.620-628, jul./set. 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário